Quando pensamos em saúde mental, é comum imaginarmos um processo centrado apenas no indivíduo. No entanto, a terapia sistémica parte de uma perspetiva diferente: considera que cada pessoa está sempre em relação com outros e que é nesses vínculos que reside parte importante do bem-estar ou do sofrimento.


A abordagem sistémica entende a vida como uma rede de conexões — família, amizades, relações amorosas, escola, trabalho, comunidade. Nessas ligações constroem-se padrões de comunicação, histórias partilhadas e modos de lidar com dificuldades. Muitas vezes, é nesse “entre” que surgem os problemas: desentendimentos persistentes, ruturas, falta de diálogo, ou expectativas que não se alinham.


O papel do terapeuta sistémico é ajudar a tornar visíveis estas dinâmicas, compreendê-las e, a partir daí, abrir espaço para que surjam novas formas de interação. Isso pode acontecer em sessões individuais, mas ganha especial relevância em terapia de casal e de família, onde todos os envolvidos participam ativamente. Também no trabalho com crianças e adolescentes a dimensão sistémica é essencial, pois o crescimento está profundamente ligado ao contexto familiar e escolar.



Mais do que “corrigir” comportamentos ou eliminar sintomas, a terapia sistémica procura promover transformações duradouras, ao ajudar as pessoas a encontrarem novas narrativas, novas formas de se relacionarem e de lidarem com os desafios. É uma abordagem que valoriza a complexidade da vida humana e que acredita que a mudança é possível quando os vínculos se tornam mais claros, flexíveis e saudáveis.

O que é a Terapia Sistémica?

A terapia sistémica olha para a pessoa no seu contexto — porque ninguém existe isolado.